.

.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Voz



Ínfimas as luzes
baças
da cidade
nos seus olhos

Ternos afagos
soltos
pela manhã
os corpos
adormecidos
no cais de pedra

As luzes
Incendiaram 
à noite
a loucura 
nos abrigos

Ela, a cidade
calou uma
e outra vez
o medo
do lado 
de dentro
dos muros

Fundida
a última estrela
colada nos vitrais
do altar-mor
dos desejos

Despojados
do sonho
seguram  
os rostos
suados
amordaçados
ultrajados

Desfilam à vez
os corpos
as almas
e as correntes
do Tejo

A cidade
calada
não ouve 
o grito
dos silêncios
unidos numa só
voz

Sem comentários:

Enviar um comentário