Ínfimas as luzes
baças
da cidade
nos seus olhos
Ternos afagos
soltos
pela manhã
os corpos
adormecidos
no cais de pedra
As luzes
Incendiaram
à noite
a loucura
nos abrigos
Ela, a cidade
calou uma
e outra vez
o medo
do lado
de dentro
dos muros
Fundida
a última estrela
colada nos vitrais
do altar-mor
dos desejos
Despojados
do sonho
seguram
os rostos
suados
amordaçados
ultrajados
Desfilam à vez
os corpos
as almas
e as correntes
do Tejo
A cidade
calada
não ouve
o grito
dos silêncios
unidos numa só
voz
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