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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Dos tempos vazios

Era um tempo esquecido 
em outros tempos
sabes... os tempos vazios
no dia da história já escrita
do outro lado 
da margem esquerda do tempo

E sabes…eram doces afagos
os braços
mas não os olhos

Os olhos…
os olhos, sorriam para dentro
cerravam as pálpebras
às avessas

Era tudo avesso 
ao seu próprio sentido
no dormitório dos seus medos

Dormiam com os olhos abertos
e mordiam os lábios
dissecados
espremidos 
até à última gota de suor
dos seus rostos

Mas sabes…
era o dia dos tempos vazios
onde só os corvos ameaçam ficar 
do lado de dentro da boca
porque todas as hóstias
se afundaram nos olhos

Dakini

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