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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

É o Mundo

É o mundo da desordem orientada pelas massas.
É o mundo (semi)cor-de-rosa, tracejado no escuro dos olhos.
É o mundo dos conceitos formulados, teatralizados e não contrariados.
É o mundo da disfunção, da razão dos pecados, dos gatafunhos, dos nomes rabiscados.
É o mundo da discórdia, da sublevação dos sobrenomes.
É o mundo à parte, dividido em partes desiguais.
É o mundo das palavras retratadas nos painéis do futuro.
É o mundo dos gestos forçados, da manipulação dos sentimentos, do aproveitamento, da desunião.
É o mundo dos afectos escondidos nos bolsos.
É o mundo da cegueira ainda a brilhar na escuridão.
É o mundo do desamor na ordenação dos sentidos todos.
É o mundo escondido atrás dos biombos, onde pintaram o caos nas asas de uma borboleta.
É o mundo às cores, minimalista, arcaico, démodé nos farrapos ainda colados no corpo.
E o mundo da mediocridade, das semelhanças, das insinuantes trajectórias dos olhos.
É simples e tão desnatural este mundo com rodas a marcar os trilhos desirmanados.
É o mundo da ilusão, das cores do arco-íris, da espiritualidade teórica nos livros de cabeceira.
Depois há um mundo entre os lençóis enrolados nos corpos, como se fosse o céu onde irão ganhar asas, para nunca mais caírem em terra firme.
É simples este mundo da verdadeira ilusão.
É a verdade do sonho, o qual, será no final, como um amor de fim de verão.
E o verdadeiro sonho nunca antes pensado, ainda em espera para que sejamos um mundo repartido mas não sub(traído).

Dakini

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