Todos os momentos são eternamente gratos à transparência de um olhar…
Há silêncios que matam muitas fomes, eu sei, mas tudo se afunda num silêncio estranho.
Satisfaz-me pensar que não arrastam atrás de si nesse abismo profundo, as serras, os montes, o rio, o céu, os xistos, os granitos.
Cheira a pútegas debaixo dos sargaços
Cheira a resina a escorrer pelos pinheiros
Cheira a caruma seca pelo chão
Ouve-se o estalar das pinhas nos pinheiros mais altos
Sente-se o pulsar da terra verde
Ouve-se o caminhar das águas
Cheira a farinha acabada de moer
São ecos fundos num silêncio acabado de nascer….mas só para alguns sentidos mais sentidos, e sem fome de silêncios mórbidos.
Dakini
Foto na Serra do Montemuro de Dakini
Belíssimo...!!! Como todos poemas que escreves...!!
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